Trilha e paz interior: Doi Inthanon em 4 dias
Trilha e paz interior: Doi Inthanon em 4 dias

Sabe aquela sensação profunda de que você precisa urgentemente se mover para que algo essencial dentro de você acorde de verdade? É exatamente sobre essa reconexão que vamos explorar hoje.

Se você, como eu, está em busca de autoconhecimento e de um lugar em que a natureza é a sua principal terapeuta, prepare-se, pois te convido para uma jornada de 4 dias em Doi Inthanon.

Conhecido como o maior pico da Tailândia, elevando-se a 2.565 metros acima do nível do mar, este Parque Nacional é um refúgio imperdível a apenas algumas horas de Chiang Mai.

Eu senti a necessidade de me afastar da agitação da cidade e me dirigir às montanhas para respirar o ar fresco e encontrar a tranquilidade que só a altitude proporciona.

Este roteiro de 4 dias é desenhado especialmente para a viajante solo que ama trilhas e busca experiências imersivas. Vamos explorar as paisagens dramáticas da montanha, visitar cachoeiras impressionantes e vivenciar a rica cultura das tribos locais Karen e Hmong que chamam esta região de lar.

Aqui em Doi Inthanon, o foco não é apenas na beleza estonteante, que é abundante, com suas cascatas e florestas enevoadas. Mas sim na transformação que acontece quando o corpo se movimenta, permitindo que a alma se expanda.

Ao longo dos próximos dias, vamos detalhar como maximizar essa experiência, visitando quedas d’água poderosas como a Wachirathan, e trilhas autênticas como a Pha Dok Siew, que nos guiam por florestas e terraços de arroz cultivados pelas tribos locais.

Vamos planejar juntas essa viagem de volta para dentro? Está pronta para o despertar?

Dia 1: a força bruta de Wachirathan e o esplendor escondido de Mae Ya

Minha primeira dica para quem busca essa reconexão é: não apresse o passo. Decidi ficar na cidade de Chom Thong, a apenas 30 minutos da entrada do Parque Nacional, o que me deu total flexibilidade para começar cedo e pegar a luz perfeita.

E acredite, essa estratégia faz toda a diferença para quem quer evitar multidões e sentir a natureza no seu próprio ritmo. Neste primeiro dia, o foco é nas cachoeiras. Visitar as quedas d’água em Doi Inthanon é uma experiência de contrastes, quase como um diálogo entre o corpo e a alma.

Começamos com a Wachirathan Waterfall, a mais popular e acessível. Essa cachoeira é pura força! Ela é tão poderosa e dramática que é visível do estacionamento.

Wachirathan Waterfall
Wachirathan Waterfall

A névoa impressionante que ela cria te alcança nas plataformas de observação, então, leve um poncho e proteja seu equipamento (e seu coração, porque a energia é intensa!).

Depois de sentir a força indomável de Wachirathan, procurei algo mais reservado. E encontrei o meu lugar favorito: a Mae Ya Waterfall. Ela fica um pouco fora da entrada principal do parque, mas vale cada minuto do desvio.

A Mae Ya é descrita como uma das mais bonitas da Tailândia: uma cascata em cortina de 280 metros de altura, com múltiplos níveis.

Mae Ya Waterfall
Mae Ya Waterfall

Cheguei cedo, por volta das 7:30 da manhã, e pude desfrutar do lugar inteiro só para mim por mais de uma hora – o que é perfeito para a fotografia e para a reflexão. Para a Mae Ya, reserve de 2 a 3 horas, permitindo que a tranquilidade do lugar te envolva.

Outras paradas rápidas que valem a pena, se você tiver tempo, são a Mae Klang Waterfall (mais perto da entrada e ótima para relaxar no final da tarde, permitindo até um mergulho em certas épocas) e a Sirithan Waterfall (uma parada rápida e fácil para apreciar a paisagem verde e exuberante).

Dias 2 e 3: a trilha autêntica de Pha Dok Siew

Se o Dia 1 foi sobre se molhar na força das águas, os dias 2 e 3 são sobre o movimento contínuo do corpo que acorda a alma. É aqui que Doi Inthanon se revela como um santuário para a viajante solo.

Em vez de correr para o cume, decidimos dedicar dois dias à Pha Dok Siew Nature Trail, que é, honestamente, a trilha mais autêntica e inesquecível do parque. Diferentemente das trilhas mais movimentadas, esta oferece um mergulho profundo na floresta e na cultura local.

A trilha de Pha Dok Siew (3-4 km de extensão) é de dificuldade moderada, com alguns trechos mais íngremes e pontes de bambu que adicionam emoção.

Pha Dok Siew
Pha Dok Siew

Mas a beleza do caminho compensa: ela passa por cascatas dramáticas, florestas serenas e margeia os terraços de arroz cultivados pelas comunidades locais.

Aqui, você será guiada por um membro da tribo Karen. O custo da guia é baixo (200 THB por grupo) e esse valor é fundamental para apoiar a comunidade local. Seu guia Karen te levará por paisagens que parecem ter saído de um sonho.

O ponto alto da experiência é o destino final: a vila Mae Klang Luang.

Mae Klang Luang
Mae Klang Luang

Imagine terminar sua jornada de três a cinco horas, cansada e feliz, em uma vila autêntica onde você é recebida com café e chá cultivados e preparados ali mesmo nas encostas. É um momento de pura presença, onde o sabor da bebida e o cheiro da montanha se misturam com a sensação de dever cumprido.

Para quem busca uma imersão ainda mais profunda (e eu recomendo fortemente), é possível se hospedar em homestays nas vilas Karen.

Roteiros mais longos (como o que inspira esta viagem de 4 dias) incluem pernoites em Khun Puay, Huay Hoi e Mae Sapok, permitindo que você experimente a vida vibrante e os costumes das montanhas, como aprender sobre a culinária local e o vestuário tradicional Sgaw Karen.

Vida nas alturas: desvendando a cultura Karen e Hmong

Nossa jornada em Doi Inthanon é também um encontro com as raízes culturais da Tailândia.

O Parque Nacional é o lar das tribos Karen e Hmong, duas comunidades culturalmente distintas que se envolvem no ecoturismo. Entender como o turismo as impacta nos permite viajar de forma mais ética e consciente.

Essas comunidades se beneficiam do turismo por meio de atividades como o artesanato, café de produção local, e oferecendo as guias essenciais para as trilhas do parque.

Embora ambas sejam frequentemente agrupadas como “tribos das colinas”, suas abordagens ao trabalho turístico são bem diferentes:

Karen e Hmong
Karen e Hmong
  • A Tribo Karen (como na vila Mae Klang Luang): Os Karen têm uma integração mais estabelecida com o turismo. Muitos trabalham em tempo integral em setores como acomodação/hospitalidade e bufês. Eles frequentemente buscam empregos no turismo para terem uma renda regular (que contrasta com a agricultura) e valorizam a oportunidade de aprender novas habilidades e ter progressão na carreira. Um fator de motivação importante para eles é a chance de se tornarem “mais parecidos com os Tailandeses” e serem aceitos pela sociedade tailandesa.
  • A Tribo Hmong (como a guia da trilha Kew Mae Pan): Os Hmong tendem a ter um perfil mais independente e procuram o trabalho no turismo em regime de meio período ou sazonal, como uma fonte suplementar de renda para a agricultura. O principal motivador para os Hmong é a oportunidade de economizar dinheiro para abrir seus próprios negócios, refletindo seu forte senso de autossuficiência e ambição.

Ao escolher fazer uma trilha guiada (como a Pha Dok Siew, com guias Karen, ou a Kew Mae Pan, com guias Hmong), você está diretamente apoiando a subsistência dessas famílias.

Lembre-se, o ecoturismo sustentável não só gera renda, mas também ajuda a preservar a cultura e o modo de vida tradicional.

Dia 4: Pagodas, Floresta das Nuvens e 2.565m de paz

Chegamos ao ponto final da nossa jornada física e espiritual. Nosso último dia é dedicado às alturas, ao ponto mais alto da Tailândia e aos espaços que convidam à contemplação.

A subida ao cume de Doi Inthanon (2.565 metros) é rápida e fácil a partir do estacionamento. O que realmente captura o espírito do local são os pontos próximos, onde a altitude se manifesta em paisagens únicas.

O primeiro ponto é a visita às Pagodas Reais Gêmeas (Phra Mahathat Naphamethanidon e Phra Mahathat Naphaphonphumisiri), construídas para honrar os 60 anos do Rei Bhumibol e da Rainha Sirikit.

Pagodas Reais Gêmeas
Pagodas Reais Gêmeas

Elas são imponentes, com mais de 50 metros de altura, e ficam em colinas opostas, cercadas por jardins perfeitamente simétricos.

Se você for de manhã cedo, entre novembro e fevereiro, há uma chance mágica de ver o famoso “mar de nuvens” cobrindo os vales abaixo, criando uma atmosfera onírica. Dentro das pagodas, admire os murais detalhados que narram a vida do Buda e a rica simbologia real.

A apenas alguns minutos de carro dali, você encontra o Ang Ka Nature Trail. Esta não é uma “trilha” no sentido tradicional, mas sim um passeio atmosférico de 360 metros por um calçadão de madeira elevado. É a única trilha no parque que você pode fazer sozinha, sem a necessidade de um guia.

Ang Ka Nature Trail
Ang Ka Nature Trail

Aqui, você entra na floresta das nuvens. O ambiente é fresco (chegando a 10°C!) e tranquilo, com a luz filtrada pela neblina, troncos de árvores cobertos de musgo e samambaias exuberantes, quase como se você tivesse entrado em um filme de fantasia.

Leva apenas 20 a 30 minutos para completar o circuito, mas essa breve imersão na natureza mais pura é o fechamento perfeito para a sua busca por paz interior.

Pois, ao tocar o ponto mais alto da Tailândia e caminhar por uma floresta que respira, você percebe que a verdadeira montanha que precisava escalar era aquela dentro de você.

Quando o corpo para, a alma caminha

Ao longo destes quatro dias em Doi Inthanon, percebemos que esta viagem foi muito mais do que apenas um roteiro.

Foi um convite para desacelerar, respirar o ar fresco a 2.565 metros de altitude e permitir que o movimento do corpo acordasse algo essencial dentro de nós, a nossa alma.

Começamos sentindo a força dramática das águas em cachoeiras poderosas como a Wachirathan e a beleza em cortina da Mae Ya, uma das mais impressionantes da Tailândia. Nos dias seguintes, nos perdemos nas trilhas autênticas da Pha Dok Siew e no verde dos terraços de arroz, sendo acolhidas e guiadas pela rica cultura das tribos Karen e Hmong.

No cume, visitamos as Pagodas Reais Gêmeas, construídas em homenagem ao Rei e à Rainha da Tailândia, e caminhamos pela mágica floresta das nuvens no Ang Ka Nature Trail, um passeio de 360 metros que nos lembrou de um filme de fantasia.

Essa experiência nos mostra que o verdadeiro valor da viagem solo está na profundidade da conexão que criamos, seja com a natureza indomável, com culturas ancestrais ou, o mais importante, com nosso próprio ritmo interior.

Subir Doi Inthanon é uma metáfora para a vida: alcançamos o ponto mais alto não através da pressa, mas através de passos consistentes e conscientes.

Se a sua alma está chamando por essa reconexão, se você sente a urgência de se presentear com uma jornada de prazer pessoal e autoconhecimento em meio à natureza, a Tailândia te espera.

Me manda uma mensagem agora no WhatsApp e vamos criar o seu roteiro perfeito para a Tailândia, focado no seu prazer e autoconhecimento!

👉 Quero meu roteiro personalizado! ✈️

Michael

Do axé ao funk, com um pé firme no forró e a mente afiada para negócios. Bacharel em Administração e MBA Executivo em Gestão de Custos pela PUC-MG. Empreendedor serial e Educador Financeiro dedicado a transformar famílias em potências empreendedoras com o conceito One Family Business.