O Festival das Lanternas e o poder de soltar o que não te serve mais
O Festival das Lanternas e o poder de soltar o que não te serve mais

Eu estava em Chiang Mai, e a cidade inteira parecia suspensa em um sonho dourado.

Não há descrição que prepare você para a magia do Festival das Lanternas, ou Yi Peng, a celebração ancestral que transforma o céu noturno do Norte da Tailândia em um manto de estrelas ascendentes.

É um evento que une espiritualidade, beleza visual, cultura e tradição, marcando a alma de quem o vivencia. O Yi Peng está profundamente enraizado na herança cultural do antigo Reino Lanna. Mas, para mim, ele se tornou o ponto de virada de uma jornada pessoal.

Mais do que um espetáculo, o ato de soltar a lanterna, conhecida como khom loi, é um ritual budista de libertação. A crença é que, ao soltarmos a lanterna, estamos simbolicamente deixando para trás todos os males, azar, má sorte e desgraças do ano anterior, buscando uma limpeza da alma e um novo começo.

Naquele instante, ao segurar o balão de papel de amora (ou papel de arroz) aceso e sentir o calor da chama, percebi que o que eu estava soltando era muito maior do que simples “azar”.

Eu estava me desfazendo dos velhos padrões, das expectativas externas e das amarras que me impediam de acessar meu próprio prazer e autenticidade. O Yi Peng me ofereceu um convite para a autodescoberta.

Prepare-se para mergulhar na história e no significado profundo deste festival, e descubra como o ato de soltar uma simples lanterna no céu pode ser o ato mais poderoso de amor-próprio e renovação que você pode dar a si mesma.

Yin e Yang da libertação: Céu (Yi Peng) e Água (Loy Krathong)

Quando cheguei a Chiang Mai, rapidamente entendi que o que eu via nas fotos era apenas metade da história. O Festival das Lanternas, ou Yi Peng, que é o ato de soltar a lanterna aérea (khom loi), raramente é celebrado sozinho.

Ele acontece em união com o Loy Krathong, o festival das oferendas flutuantes. Presenciar os dois simultaneamente no Norte da Tailândia, o berço do antigo Reino Lanna, é vivenciar um ciclo completo de purificação.

O Yi Peng está profundamente ancorado na herança cultural Lanna e nas tradições do Budismo Tailandês.

Yi Peng
Yi Peng

Ele ocorre tradicionalmente na lua cheia do 12º mês lunar tailandês, geralmente em novembro, marcando o fim da estação chuvosa. Este é um momento crucial de fazer mérito (tham bun), que é um princípio central na prática budista.

O ato de soltar o khom loi no céu simboliza visualmente o desapego dos infortúnios e da má sorte acumulada no ano, buscando a limpeza da alma e um recomeço.

Olhar para aquela luz subindo, levando consigo minhas preocupações, era a representação perfeita do ato de soltar o controle e confiar no novo.

Em contraste, o Loy Krathong é um ritual voltado para baixo, para a água. Neste festival, soltamos os krathongs, pequenos cestos artisticamente feitos de tronco de bananeira ou folhas, decorados com flores, velas e incenso.

Loy Krathong
Loy Krathong

Ao lançá-los nos rios, agradecemos à deusa da água, Phra Mae Khongkha, pela vida e pelo sustento, enquanto simbolicamente nos livramos da negatividade e dos velhos padrões.

Ver as milhares de luzes subindo ao céu (Yi Peng) e, ao mesmo tempo, as pequenas velas flutuando nas águas escuras do Rio Ping (Loy Krathong), oferece uma profundidade espiritual inigualável.

É como se a Tailândia nos convidasse a uma cura completa: liberando o que nos prende ao passado em terra e água, e abrindo espaço para a esperança e as boas ações no futuro.

O Khom Loi, a caligrafia da intenção e a arte de desapegar

O Yi Peng não é apenas sobre o visual grandioso; é sobre a quietude e o cuidado que precedem o lançamento. O coração da celebração reside na própria lanterna, o khom loi. Ela não é um objeto qualquer; é uma obra de arte e um recipiente espiritual.

Essas lanternas, que são balões de ar quente em miniatura, são primorosamente feitas por artesãos do Norte da Tailândia, utilizando principalmente bambu para a estrutura e papel de amora (ou papel de arroz) para o invólucro.

A beleza da lanterna reside em sua leveza, projetada para ascender ao céu quando aquecida por uma pequena chama. Mas o que mais me tocou foi a simbologia contida nos detalhes.

Muitos khom loi são adornados com motivos tradicionais, como a flor de lótus, que no Budismo Tailandês representa pureza espiritual e iluminação. Outros exibem padrões geométricos que refletem o equilíbrio e a harmonia dos ensinamentos budistas.

Khom Loi
Khom Loi

Cada padrão é profundamente simbólico, transformando o khom loi em um verdadeiro vaso de significado estético e espiritual. Ou seja, o momento mais íntimo é a preparação.

A tradição dita que, ao segurar o khom loi, devemos escrever um desejo na parte externa da lanterna ou mentalizar o que estamos liberando. Para mim, essa foi a minha caligrafia de intenção. Eu não escrevi apenas sobre “azar”; eu tracei, em pensamento, os velhos padrões de autoexigência e as expectativas que me impediam de sentir o prazer genuíno.

Soltar a lanterna representa deixar para trás infortúnios, má sorte, erros do passado e mágoas, buscando uma limpeza da alma e um novo começo.

Observar o papel transparente e flexível, que é ao mesmo tempo delicado e funcional, ser preenchido pelo ar quente e começar a flutuar é a representação física do desapego. É o ato de liberar o sofrimento acumulado e renascer com pureza e alegria.

A crença de que é sorte assistir à sua lanterna até que ela desapareça de vista, reforça a ideia de que o processo de deixar ir deve ser completo e sem arrependimentos.

Céu virado em espelho: Meditação coletiva e o despertar do prazer

O Yi Peng atinge seu ápice em um momento que transcende a beleza visual e toca a alma: o lançamento coordenado de milhares de khom loi.

Eu já havia preparado minha lanterna, escrito minha intenção em pensamento, mas nada se compara àquele instante em que o sinal é dado e o céu se transforma.

Este não é um evento casual; é uma celebração profundamente ligada ao Budismo Tailandês. O ato de soltar a lanterna é um poderoso ritual de fazer mérito (tham bun), uma prática central na tradição budista tailandesa.

Não se trata apenas de pedir boa sorte, mas de ativamente participar de um processo de renovação espiritual e limpeza da alma, buscando a iluminação. Para mim, o verdadeiro despertar foi na meditação coletiva que antecede e acompanha o lançamento.

No silêncio tenso e concentrado antes da explosão de luz, a atmosfera é carregada de orações e ofertas, frequentemente realizadas em pátios de templos ou espaços públicos.

Observar os monges e ouvir seus cânticos sagrados, como acontece em locais tradicionais como o Wat Lok Moli em Chiang Mai, reforça o sentido de que estamos participando de algo ancestral e sagrado.

Wat Lok Moli
Wat Lok Moli

Ver milhares de lanternas subindo simultaneamente, cada uma carregando uma oração, uma mágoa solta, ou um desejo de novo começo, cria uma experiência serena e quase extraterrena.

É nesse espetáculo que o prazer se manifesta de forma puramente espiritual e emocional: o prazer da presença, da conexão e da certeza visual de que o que estava pesando está, literalmente, flutuando para longe.

O céu noturno iluminado pelas khom loi reflete as esperanças e preces coletivas da comunidade. Este desfile de luz no céu representa a busca pela libertação do sofrimento acumulado e o renascimento com alegria e pureza.

Estar imersa nessa cena é um convite irresistível para soltar o controle e se abrir para um ciclo de vida mais leve e autêntico.

A chama que permanece: O prazer da auto descoberta

O clímax do Festival das Lanternas chega quando a última luz que você acompanha no céu finalmente se dissolve na escuridão. O silêncio que se segue ao lançamento simultâneo de milhares de khom loi é o momento mais profundo da autodescoberta.

Embora a lanterna tenha desaparecido, a intenção (o padrão que você soltou, o novo ciclo que você desejou) permanece, acesa em sua alma.

O Yi Peng é o coração cultural de Chiang Mai e está profundamente ligado à herança do antigo Reino Lanna. Para mim, este ritual, que é um poderoso ato de libertação e renovação espiritual, ofereceu um espelho.

Soltar a lanterna representa deixar para trás infortúnios e preocupações, o que, no contexto pessoal, significa abandonar as amarras que nos impedem de acessar o prazer e a autenticidade.

Ao participar ativamente deste evento, você não está apenas assistindo a um espetáculo; está engajando-se em uma prática ancestral budista de fazer mérito (tham bun). A tradição de soltar a lanterna é um símbolo de novos começos e um desejo de boa sorte.

Festival das Lanternas
Festival das Lanternas

A verdadeira magia, no entanto, reside na transformação interna: a certeza visual de que o que pesava no seu ano está, de fato, flutuando para longe, abrindo espaço para um futuro mais leve.

No entanto, para que essa experiência transformadora continue a existir, é essencial que os visitantes entendam a importância de preservar a essência cultural do Yi Peng. O festival, embora tenha passado por adaptações modernas (como instalações de LED), depende da manutenção de suas raízes espirituais.

A participação exige o respeito aos rituais budistas, o uso de materiais biodegradáveis (como papel de arroz e bambu, usados para os khom loi) e a consciência de que é uma celebração sagrada.

O Festival das Lanternas, enraizado na Tailândia do Norte, é mais do que um destino de viagem; é um convite irresistível para a autodescoberta.

É uma viagem transformadora, com propósito e significado, que ensina que o maior prazer reside na capacidade de soltar o controle e se permitir a pureza e a alegria do renascimento

A chama da autodescoberta no Legado Lanna

O Yi Peng não é apenas o ponto alto de uma viagem; é o ápice de uma jornada de transformação pessoal. Estar em Chiang Mai e testemunhar o céu se converter em um manto de estrelas ascendentes é uma experiência serena e quase extraterrena, que reflete as esperanças e preces coletivas da comunidade.

Este festival, profundamente enraizado na cultura Lanna do Norte da Tailândia, é um poderoso ritual budista de libertação.

O ato de soltar o khom loi simboliza o desapego de infortúnios e a limpeza da alma para um novo começo. Lembre-se, essa celebração de luz está sempre conectada ao Loy Krathong, o festival das águas. A dualidade desses rituais — liberando o que não serve no ar e agradecendo à deusa das águas — oferece um ciclo completo de purificação.

O verdadeiro poder do Yi Peng, que transcende a beleza visual, é o convite à autodescoberta.

Aquele momento em que você acende a lanterna, mentaliza os velhos padrões, mágoas e as amarras do passado que deseja soltar, e realiza o ato de fazer mérito (tham bun), é um dos maiores presentes que você pode dar a si mesma. É a certeza visual de que é possível se abrir para a pureza, a alegria e o prazer de um renascimento.

A Tailândia, com seus templos, sua natureza inspiradora e sua filosofia de autocuidado e presença, é o cenário perfeito para continuar essa jornada de prazer feminino e reconexão.

Se a história da minha própria libertação sob as luzes do Festival das Lanternas acendeu uma chama de desejo em seu coração por prazer, autodescoberta e renovação, saiba que o seu recomeço está a apenas um clique.

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Michael

Do axé ao funk, com um pé firme no forró e a mente afiada para negócios. Bacharel em Administração e MBA Executivo em Gestão de Custos pela PUC-MG. Empreendedor serial e Educador Financeiro dedicado a transformar famílias em potências empreendedoras com o conceito One Family Business.